O Padrão Bíblico de Avivamento
Qual o padrão bíblico de avivamento? Os avivamentos
oferecem alguma coordenada para a renovação da igreja evangélica no Brasil de
hoje?
Estas são algumas das perguntas que procuraremos
responder no decorrer desse estudo.
I - O significado bíblico do termo "Avivamento":
1.1. No Antigo Testamento:
O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma consequência natural em toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa (1).
O verbo hebraico hyh (avivar) tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo". Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma consequência natural em toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as coisas que estavam impedindo o progresso da causa (1).
O verbo "avivar", em suas várias formas
(2), é usado mais de 250 vezes no Antigo Testamento, das quais 55 vezes estão
num grau chamado piel. Um verbo nas formas do Piel expressa uma ação
ativa intensiva no hebraico. Neste sentido, o avivamento é sempre indicado
como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos de sua ocorrência
são as clássicas orações de Davi, como esta: "Porventura, não tornarás a
vivificar-nos (3), para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl 85.6) (4),
e da clássica oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó Senhor, as
tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer
dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da
misericórdia" (Hc 3.2).
1.2. No Novo Testamento:
Encontramos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. São elas: 'egeíro, 'anastáso, 'anázoe e 'anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. 'anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. 'anaphállo em Fp 4.10).
Encontramos no Novo Testamento grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. São elas: 'egeíro, 'anastáso, 'anázoe e 'anakaínoo. Outras palavras gregas comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf. 'anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce novamente" (cf. 'anaphállo em Fp 4.10).
No Novo Testamento grego as palavras supracitadas
aparecem, no contexto de avivamento, apenas sete vezes, embora a ideia básica
de avivamento seja sugerida com mais frequência. Uma possível explicação para o
uso escasso dos termos, em comparação ao Antigo Testamento, é que o Novo cobre
apenas uma geração, durante a qual a Igreja Cristã desfrutou, na maior parte do
tempo, um grau incomum de vida espiritual.
1.3. Conceito de Avivamento:
Avivamento é a revivificação do primeiro
amor dos crentes, resultando no despertamento e na conversão dos pecadores a
Deus. (Charles G. Finney)
Avivamento é a substituição da forma de piedade pelo seu poder vivo. (John Bonar)
Avivamento é uma série de novos começos. (David Mckee)
Avivamento é menos tambor e mais choro aos pés da cruz. (Moody)
Todo o avivamento que já aconteceu na história do mundo ou na história da igreja deu grande ênfase na Santidade de Deus. (Billy Graham)
Avivamento não é uma invenção terrena , é uma criação celestial. (Arthur Skevington Wood)
Avivamento é a substituição da forma de piedade pelo seu poder vivo. (John Bonar)
Avivamento é uma série de novos começos. (David Mckee)
Avivamento é menos tambor e mais choro aos pés da cruz. (Moody)
Todo o avivamento que já aconteceu na história do mundo ou na história da igreja deu grande ênfase na Santidade de Deus. (Billy Graham)
Avivamento não é uma invenção terrena , é uma criação celestial. (Arthur Skevington Wood)
II - O que não é avivamento bíblico:
Antes de falarmos sobre avivamento bíblico,
propriamente dito, acreditamos ser de grande ajuda uma abordagem, mesmo que
rápida, do que não é o padrão bíblico de avivamento.
O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro
AVIVAMENTO URGENTE, apresenta sete interessantes razões sobre o que não deve
ser entendido como avivamento de verdade. Sou devedor ao dileto colega por suas
pertinentes observações. Transcrevo-as quase que na íntegra.
2.1. Avivamento não é um programa agendado pela
igreja.
Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Avivamento é obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento. A igreja não agenda e nem programa avivamento. A igreja só pode buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. A igreja não produz o vento do Espírito, ela só pode içar suas velas em direção a esse vento.
Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. Avivamento é obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento. A igreja não agenda e nem programa avivamento. A igreja só pode buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. A igreja não produz o vento do Espírito, ela só pode içar suas velas em direção a esse vento.
A soberania de Deus, no entanto, não anula a
responsabilidade humana. O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o
caminho do Senhor (5). O avivamento jamais acontecerá se a igreja não se
humilhar. Sem oração da igreja, as chuvas torrenciais de Deus não descerão. Sem
busca não há encontro. Sem obediência a Deus, jamais haverá derramamento do
Espírito. Contudo, quem determina o quando e o como do avivamento é Deus. Ele é
soberano. David Brainerd orou vários anos pelo avivamento entre os índios
peles vermelhas no século XVIII. Aquele jovem, ajoelhado na neve, suava de
molhar a camisa, em agonia de alma, em oração fervente, em favor daqueles
pobres índios. Quando o seu coração parecia desalentado e já não havia
prenúncios de chuva da parte de Deus, o Espírito foi poderosamente derramado
e os corações se dobraram a Cristo aos milhares.
2.2. Avivamento não é mudança doutrinária.
Cometem ledo engano aqueles que querem descartar e
desprezar a doutrina na busca do avivamento. Desprezar a doutrina é dinamitar
os alicerces da vida cristã. Desprezar a doutrina é querer levantar um edifício
sem lançar o fundamento. Desprezar a doutrina é querer por um corpo de pé e em
movimento sem a estrutura óssea.
Não há vida piedosa sem doutrina. A doutrina é a
base da ética. "Assim como o homem crê no seu coração, assim ele é"
(Pv 23.7).
Vida sem doutrina gera misticismo e
experiencialismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é
movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrista.
Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo
avivamento precisa estar fundamentado na Palavra. O avivamento precisa
estar norteado pelas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro
das balizas da Bíblia e não dentro dos muros de revelações subjetivistas, muitas
vezes feitas na carne.
2.3. Avivamento não é mudança litúrgica.
Muitos crentes confundem avivamento com forma de
culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumental aparatoso.
Louvor não é encenação. Não é mimetismo. Não é
ritualismo. Não é emocionalismo. Não é apenas seguir formas pré-estabelecidas,
como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as mãos. Louvor não é
pululância, gingos e dança (6). Louvor que apenas levanta as mãos para o
alto, mas não as estende para o necessitado não agrada a Deus. A Bíblia
ordena levantar mãos santas ao Senhor, num gesto de rendição e entrega (I Tm
2.8). Louvor em que a pessoa apenas saltita e pula, mas não vive em santidade,
é ofensa a Deus. Louvor que apenas verbaliza coisas bonitas para Deus, mas não
leva Deus a sério na vida é fogo estranho diante do Senhor.
Louvor que não produz mudança de vida,
quebrantamento, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é
louvor, é barulho aos ouvidos de Deus. Assim diz o Senhor: "Afasta de mim
o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas
liras" (Am 5.23).
Hoje estamos vivendo a época dos shows evangélicos,
dos animadores de programas religiosos, das músicas badaladas por um ritmo
sensual.
Mais do que nunca é preciso tocar a trombeta em
Sião e rejeitar a ideia de que precisamos imitar o mundo para atrair o mundo. A
música do mundo tem entrado nas igrejas, para vergonha nossa e para derrota
nossa. O louvor que agrada a Deus precisa ser em espírito e em verdade. O
louvor precisa ser bíblico, senão é fogo estranho. Davi, no Salmo 40, versículo
3, fala-nos sobre as balizas do louvor que agrada a Deus: "E me pôs nos
lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão estas
coisa, temerão e confiarão no Senhor". Primeiro, vemos a origem deste
cântico: "E me pôs nos lábios". Este louvor vem de Deus e não do
homem. Segundo, vemos a natureza deste cântico: "E me pôs nos lábios um
novo cântico". Não é um novo de edição, mas novo de natureza. É um cântico
que expressa a marca da sua nova vida, liberta do tremendal de lama (v2).
Terceiro, vemos o objetivo deste cântico: "... Um hino de louvor ao nosso
Deus". Este cântico não é para entreter ou agradar o gosto e preferência
das pessoas. Este cântico vem de Deus e volta para Deus. Deus é o seu alfa e o
seu ômega. Quarto, vemos o resultado deste cântico: "Muitos verão estas
coisas, temerão e confiarão no Senhor". O louvor bíblico leva as
pessoas a temerem a Deus, a confiarem em Deus. O verdadeiro louvor leva as
pessoas a se voltarem para Deus.
O louvor não é um espaço da liturgia. Louvor é a
totalidade da vida. "Bendirei ao Senhor em todo o tempo, o seu louvor
estará sempre nos meus lábios" (Sl 34.1).
À luz destas coisas, é preciso dizer que avivamento
não é mudança litúrgica, é mudança de vida. Avivamento não é histeria
carnal, é choro pelo pecado. Deus não procura adoração. Ele procura
adoradores.
Todavia, é preciso dizer que, embora o
avivamento não seja mudança de liturgia, todo avivamento mexe com a liturgia.
O avivamento desinstala a liturgia ritualista, cerimonialista, formalista, fria
e morta e põe em seu lugar uma liturgia viva, alegre, ungida, onde há
liberdade do Espírito, sem abandonar a ordem e a decência. Em épocas de
avivamento, a liturgia é desingessada e o povo com alegria e liberdade do
Espírito adora a Deus, em espírito e em verdade, sem regras rígidas
pré-estabelecidas. Cada culto é um acontecimento singular, novo, onde há
abertura para o que Deus deseja falar e fazer com o seu povo.
Hoje existem muitos cultos solenes, aparatosos,
pomposos, mas estão mortos. Disse J. I. Packer no seu livro "Na Dinâmica
do Espírito": "Não há nada mais solene do que um cadáver. Há cultos
solenes que estão mortos". Embora o avivamento não seja mudança litúrgica,
todo avivamento muda a liturgia, tornando-a bíblica, alegre, ungida, dirigida
pelo Espírito de Deus. Devemos clamar como os puritanos: "Queremos
liturgia pura".
2.4. Avivamento não é uma ênfase carismática
unilateral.
Muitas pessoas hoje estão limitando o avivamento a
milagres, curas e exorcismos, sem observarem a abrangência global da doutrina
pneumatológica. Este é um sério perigo. Toda vez que super-enfatizamos uma
verdade em detrimento de outra, nós produzimos deformações e distorções nesta
verdade.
Deus pode e faz maravilhas, curas e prodígios
extraordinários quando Ele quer. Ele é soberano. Ninguém pode deter a sua mão.
Ninguém pode ser o conselheiro de Deus. Ninguém pode instruir a Deus e dizer o
que Ele pode e o que Ele não pode fazer. Ninguém pode obstaculá-lo nem
ensinar-lhe qualquer coisa. Ele faz tudo quanto Ele quer, como quer, onde quer,
quando quer, com quem quer. "Ele faz todas as coisas conforme o conselho
da sua vontade" (Ef 1.11). Ele não obedece à agenda dos homens. Ele não se
deixa pressionar. Ele é livre.
Entretanto, esta não é a ênfase do avivamento. A
igreja hoje está correndo mais atrás de sinais do que atrás de santidade. A
igreja hoje empolga-se mais com milagres do que com vida cheia do Espírito. A
igreja hoje anseia mais as bênçãos de Deus do que com o Deus das bênçãos. A
igreja hoje busca mais uma vida antropocêntrica do que teocêntrica.
Avivamento não é efervescência carismática. Uma
igreja pode ter todos os dons sem ser uma igreja avivada. Avivamento não
é conhecido pelos dons do Espírito, mas pelos frutos do Espírito.
A igreja de Corinto possuía todos os dons, todavia,
era uma igreja imatura e bebê espiritualmente. Naquela igreja profundamente
carismática, havia divisões, cismas, brigas, partidos, contendas, imoralidade e
irmãos levando outros irmãos aos tribunais mundanos. Havia falta de compreensão
acerca do casamento e da liberdade cristã. Naquela igreja a ceia do Senhor
estava sendo incompreendida, os dons estavam sendo usados erradamente, a
ressurreição dos crentes estava sendo negada, e a cooperação financeira com os
pobres negligenciada.
É verdade que, em épocas de avivamento, os dons são
buscados e exercidos para a glória de Deus e a edificação da igreja, mas a
ênfase carismática não é sinônimo de avivamento.
2.5. Avivamento não é modismo.
Muitos crentes, por desconhecimento, se posicionam
contra o avivamento porque acham que ele é a mais nova onda da igreja. Acham
que avivamento é uma coqueluche moderna e uma inovação sem nenhum respaldo
bíblico e histórico.
Certamente, aqueles que assim pensam não estudam
com critério a Bíblia nem a história da igreja. Os pontos culminantes da igreja
aconteceram em épocas de avivamento. Desde o Antigo Testamento que esta é uma
verdade incontestável. É só olhar para os grandes despertamentos na época de
Ezequias, de Josias e de Neemias. É só ver o grande avivamento em Jerusalém, em
Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. É só ver o que Deus fez na Reforma
do Século XVI, na Inglaterra, no século XVIII e em outros grandes avivamentos
da história. Certamente, avivamento não é uma onda, não é um modismo. Ele
possui firmes lastros históricos. Ele é nossa herança e nosso legado e deve
continuar sendo nossa aspiração e nossa busca constante.
2.6. Avivamento não é uma visão dicotomizada da
vida.
Muitas pessoas, quando começam a buscar avivamento,
saem da realidade e enclausuram-se nos castelos inexpugnáveis de uma
espiritualidade isolada e monástica. Tornam-se tão "espirituais" que
já não sabem mais conviver com a vida, isolam-se, fazendo da vida uma caverna
de fuga. Querem sair do mundo em vez de serem guardados do mal. Dividem a vida
entre sagrado e profano, corpo e alma, matéria e espírito. Acham que Deus está
interessado apenas nas coisas espirituais. Acham que Deus só olha para a vida
de trabalho na igreja, sem observar os negócios, a família, o trabalho, os
estudos e a vida do dia-a-dia com o mesmo interesse.
Esta não é a visão bíblica nem a visão do
verdadeiro avivamento. Tudo em nossa vida é vazado pelo sagrado. Toda a nossa
vida é cúltica. Todo o nosso viver é litúrgico. John Wesley lutou pelas causas
sociais na Inglaterra ao mesmo tempo que pregou sobre avivamento. Finney pregou
ardorosamente contra a escravidão nos EUA no século passado ao mesmo tempo que
buscou avivamento para seu país. João Calvino atacou com veemência os juros
extorsivos em Genebra. O avivamento sempre traz profundas mudanças políticas,
econômicas, sociais e morais. O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao
enfrentamento.
2.7. Avivamento não é campanha de evangelização.
Não podemos confundir avivamento com campanhas
evangelísticas. Avivamento é para a igreja, pessoas que já têm vida;
evangelização é para o mundo, pessoas que estão mortas em delitos e pecados.
Avivamento é para crentes nascidos de novo; evangelização é para pecadores
inconversos. Na evangelização, a igreja trabalha para Deus; no avivamento, Deus
trabalha para a igreja. Na evangelização, a igreja vai aos pecadores; no
avivamento, os pecadores correm para a igreja. Na evangelização, os pregadores
apelam aos pecadores; no avivamento, os pecadores apelam aos pregadores.
III - O Fundamento do Avivamento
O fundamento do avivamento está firmado em três fatores indispensáveis: estudo da Bíblia, oração e arrependimento. Esses elementos "movem a mão de Deus" a favor do seu povo. Esta afirmação é fiel e digna de crédito porque o Senhor está comprometido com a sua Palavra, prometeu ouvir nossas orações e não rejeita um coração contrito e arrependido (Sl. 51). Não podemos, porém, separar esses três pontos. Palavra sem oração pode resultar em intelectualismo e heresia. Oração sem arrependimento do pecado não produz nenhum efeito. E arrependimento, sem um confronto com a Palavra de Deus, é impossível, pois é a Bíblia que nos mostra nossas falhas, enquanto o Espírito Santo nos convence.
Na carta à igreja de Éfeso, o Senhor Jesus diz: "Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência... Trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste... Tenho porém contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste e arrepende-te." (Ap. 2.2-5). Aqueles irmãos tiveram um início glorioso em sua experiência com Deus. A epístola de Paulo aos efésios nos dá a entender que aquela igreja não era problemática, como a de Corinto por exemplo. Os efésios eram espirituais, entusiasmados e abençoados no princípio.
Contudo, o tempo passou e algo mudou. Aparentemente, tudo estava como antes; as obras continuavam a todo vapor. A igreja de Éfeso era muito ativa e trabalhadora. Entretanto, a essência estava comprometida. Havia muito trabalho e pouco amor; muita atividade humana e pouca unção do Espírito.
Veio então a palavra do Senhor com o objetivo de avivar a sua igreja. E o que é avivamento? É renovação. É reanimar. É dar vida. Avivamento não é sinônimo de barulho, música agitada, palmas e gritos. Tudo isso pode, eventualmente, ocorrer em nossos cultos, mas o avivamento legítimo é o resgate de valores espirituais outrora abandonados. Avivamento é o resultado do derramar da presença de Deus e o resultado é toda essa renovação.
É bom lembrar o que diz em 2 Cr. 7.14: "E se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra."
No contexto em que esse versículo foi escrito, sarar a terra significava fazer cessar as pragas na lavoura, enviar a chuva, que estava tão escassa, e fazer com que houvesse grande produção no campo e no rebanho. Assim, a vida do povo seria beneficiada em todos os aspectos.
Isto é avivamento. Deus tira as pragas e maldições e derrama a sua bênção. Tudo começa com estudo da Bíblia, oração e arrependimento, e culmina com bênçãos sem medida. Seus principais efeitos na igreja são: DERRAMAMENTO DA PRESENÇA DO ESPÍRITO DE DEUS, renovação do nosso entusiasmo pela obra de Deus, grande número de conversões, manifestações de dons espirituais, despertamento de novos ministérios, além de bênçãos pessoais diversas.
Tudo isso é resultado do mover do Espírito Santo, que muitas vezes fica bloqueado pelos nossos pecados e pela nossa negligência.
IV - O Padrão Bíblico de Avivamento:
Podemos definir o avivamento bíblico em dois
sentidos distintos:
4.1. O sentido estrito de avivamento.
Estritamente falando, avivamento é algo que
acontece unicamente no meio do povo de Deus. O Espírito Santo renova, reaviva e
desperta a igreja sonolenta. É revitalização onde já existe vida. Ou, como
disse Robert Coleman, é "o retorno de algo à sua verdadeira natureza e
propósito" (7).
Comentando um pouco mais sobre o sentido estrito de
avivamento, diz o Dr. Martin Lloyd-Jones:
É uma experiência na vida da Igreja quando o
Espírito Santo realiza uma obra incomum. Ele a realiza, primeiramente, entre os
membros da Igreja: é um reviver dos crentes. Não se pode reviver algo que nunca
teve vida; assim, por definição, o avivamento é primeiramente uma
vivificação, um revigoramento, um despertamento de membros de igreja que se
acham letárgicos, dormentes, quase moribundos (8).
Quando há esse impacto da obra do Espírito de Deus
na vida da igreja, os resultados imediatos do avivamento são sentidos no
povo de Deus: senso inequívoco da presença de Deus; oração fervorosa e
louvor sincero; convicção de pecado na vida das pessoas; desejo
profundo de santidade de vida e aumento perceptível no desejo de
pregação do evangelho. Em outras palavras, a igreja amortecida e
tristemente doente é a primeira a ser beneficiada pelo avivamento.
4.2. O sentido amplo de avivamento.
Como a própria expressão define, neste sentido não
apenas a igreja, mas a sociedade não-cristã também é beneficiada pelo
avivamento. Isto acontece porque, além da atuação soberana do Espírito Santo no
mundo, na igreja passa a existir uma conscientização profunda de sua missão;
isto é, a missão integral de servir o mundo evangelística e socialmente. No
avivamento a igreja vive a missão para a qual foi chamada.
A sociedade não-cristã, por sua vez, volta-se para
Deus em resposta ao evangelho. Acertadamente o Dr. Héber de Campos comenta que "o reavivamento
começa na igreja e termina na comunidade maior onde ela vive. Os efeitos do
reavivamento são muito mais perceptíveis nas mudanças morais que acontecem
na região ou num país onde ele acontece. Ele não se limita simplesmente
aos membros das igrejas atingidas pela obra de Deus. Ele causa impacto em
toda a comunidade onde a igreja de Deus está inserida" (9).
Em suma, as duas características principais do
avivamento são 1) o extraordinário revigoramento da igreja de Cristo e 2) a
conversão de multidões que até o momento estiveram fora dela na indiferença e
no pecado.
4.3. Avivamento e a Bíblia.
Aqui também abordaremos dois aspectos essenciais do
avivamento.
1) O padrão bíblico de avivamento é a Palavra
Por mais simplória e pleonástica que esta declaração pareça ser, ela é tão autêntica e singular como dois e dois são quatro. Estamos falando do único padrão inerrante e infalível de avivamento: a Palavra.
Por mais simplória e pleonástica que esta declaração pareça ser, ela é tão autêntica e singular como dois e dois são quatro. Estamos falando do único padrão inerrante e infalível de avivamento: a Palavra.
Uma vez que a Bíblia é a nossa única regra de fé e
prática, é ela e somente ela que nos pode dar a direção certa deste assunto. A
relação entre a Palavra e o avivamento é tão intrínseca que é impossível um
avivamento de verdade sem que as Escrituras Sagradas façam parte dele.
Além disso, numa época de tantos extremos como este
em que vivemos, é fundamental o equilíbrio que só a Escritura oferece. Sabemos
que hoje existem desde aqueles que vêem toda e qualquer manifestação
entusiástica como avivamento, até àqueles que negam a sua existência, ou quando
muito acham que avivamento é a mais nova onda do momento, uma coqueluche
moderna, uma inovação humana sem respaldo bíblico. É necessário, mais do que
nunca, recorrermos à lei e ao testemunho.
Permita-me ilustrar o que queremos dizer por
"extremos". Edwin Orr (10), uma das maiores autoridades sobre
avivamentos, disse que viu duas igrejas nos Estados Unidos convidando pessoas
para suas reuniões de avivamentos. Uma delas dizia: "Reavivamento aqui todas
às segundas-feiras à noite", enquanto que a outra prometia:
"Reavivamento aqui todas às noites, exceto às segundas-feiras". Orr
menciona este fato para relatar um desses extremos em que a palavra
"avivamento" ou "reavivamento" é usada aleatoriamente, como
se o avivamento fosse produzido simplesmente pelo desempenho humano com data e
hora marcadas.
Voltando ao lugar da Bíblia no avivamento, é
importante salientar que ela foi, é e sempre será a espada do Espírito Santo em
todo avivamento bíblico. Não existe verdadeira espiritualidade sem a Palavra.
Observando os avivamentos ocorridos na Bíblia e na história da igreja, notamos
que os objetos do Espírito eram sempre persuadidos com e para a Escritura.
Avivamento onde a Bíblia não está presente não passa de um mero pentecostalismo
convencional.
"Um reavivamento", diz o Dr. Héber de
Campos, "que é produto da obra do Espírito Santo na igreja, certamente tem
sua ênfase naquilo que tem sido esquecido por muito tempo: a Palavra de Deus. A
autoridade da Palavra de Deus passa ser algo extremamente forte num momento
genuíno de reavivamento. A Bíblia passa novamente a ser honrada como a única
Palavra inspirada de Deus" (11).
2) O padrão bíblico de avivamento está na Bíblia
Os primórdios do avivamento bíblico aparecem em
Gênesis. Segundo Coleman, o que se pode chamar de "o grande despertamento
geral" ocorreu nos dias de Sete, pouco depois do nascimento de seu filho
Enos: "Então se começou a invocar o nome do Senhor" (Gn 4.26) (12). O
nome Enos quer dizer fraco ou doente. O que é deveras significativo.
Considerando o assassinato de Abel (Gn 3.9-15) e o aparecimento cada vez mais
forte de doenças na raça humana, o nome Enos era bastante adequado. "É
provável que fosse um reflexo da consciência da depravação humana e da
necessidade da graça divina" (13). À parte desta indicação não existe
nenhum outro relato de avivamento no princípio da história da raça humana. O
relato subsequente do dilúvio ilustra de modo dramático o que acontece com um
povo que não se arrepende de seus pecados.
Depois temos os patriarcas que por vários séculos
lideraram o povo de Deus. Sempre que a vitalidade espiritual do povo se
desvanecia, eles agiam como a força que promovia novo vigor. O breve avivamento
na casa de Jacó é um bom exemplo disso (Gn 35.1-15). Mais tarde, sob a
liderança de Moisés, há períodos empolgantes de refrigério, especialmente nos
acontecimentos ligados à primeira páscoa (Ex 12.21-28), na outorga da lei do
Senhor no Sinai (Ex 19.1-25; 24.1-8; 32.1-35.29) e no levantamento da serpente
de bronze no monte Hor (Nm 21.4-9).
No tempo de Josué um despertamento espiritual
predominou em suas campanhas, como na travessia do rio Jordão (Js 3.1-5.12) e
na conquista de Ai (Js 7.1-8.35). Mas quando terminaram as guerras e o povo se
assentou para desfrutar os despojos da vitória, uma apatia espiritual se
apoderou da nação. Sabendo que seu povo estava dividido, Josué reuniu as tribos
de Israel, em Siquém, e exigiu que cada um escolhesse, de uma vez por todas, a
quem servir (Js 24.1-15). Um verdadeiro avivamento segue-se a esse desafio,
prosseguindo durante "todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos
que ainda viveram muito tempo depois de Josué, e sabiam toda a obra que o
Senhor tinha feito a Israel" (Js 24.31).
O período de trezentos anos de liderança dos juízes
mostra os israelitas, de quando em quando, traindo o Senhor e servindo a outros
deuses. O juízo de Deus é inevitável. Então, após longos anos de opressão, o
povo se arrepende e clama ao Senhor (Jz 3.9,15; 4.3; 6.6,7; 10.10). Em cada
ocasião Deus responde as orações, enviando-lhes um libertador que liberta o
povo na vitória contra os inimigos. Um dos maiores movimentos avivalistas
aparece no final desse período, sob a direção de Samuel (I Sm 7.1-17).
Tempos de renovação ocorreram periodicamente no período
dos reis. A marcha de Davi, entrando com a arca em Jerusalém, possui muitos
ingredientes de um avivamento (2 Sm 6.12-23). A dedicação do templo, no início
do reinado de Salomão, é outro grande exemplo (I Rs 8). O avivamento também
chega a Judá nos dias de Asa (I Rs 15.9-15). E Josafá, outro rei de Judá,
lidera uma reforma (I Rs 22.41-50), bem como o sacerdote Joiada (2 Rs
11.4-12.16). Outro poderoso despertamento é vivenciado na terra sob a liderança
do rei Ezequias (2 Rs 18.1-8). Por fim, a descoberta do livro da lei, durante o
reinado de Josias, dá início a um dos maiores avivamentos registrados na Bíblia
(2 Rs 22,23; 2 Cr 34,35).
Ainda, sob a liderança de Zorobabel e Jesua, outra
vez começa a reacender um novo avivamento (Ed 1.1-4.24). Tendo as intimidações
dos inimigos induzido os judeus a interromperem a reconstrução do templo, os
profetas Ageu e Zacarias entraram em cena para instigar o povo a prosseguir (Ed
5.1-6.22; Ag 1.1-2.23; Zc 1.1-21; 8.1-23). Setenta e cinco anos depois, com a
chegada de outra expedição liderada por Esdras, novas reformas são iniciadas em
Jerusalém, dando-se mais atenção à lei (Ed 7.1-10.44). O avivamento alcança o
auge poucos anos depois, quando Neemias se apresenta para completar a
construção dos muros de Jerusalém e estabelecer um governo teocrático (Ne
1.1-13.31).
Uma oração por avivamento e a promessa de sua
ocorrência encontramos também em Joel 2.28-32; Habacuque 2.14-3.19 e Malaquias
4.
No apogeu de um grande avivamento Jesus aparece e é
batizado por João Batista. Escolhe e treina seus discípulos; ascende aos céus,
deixando-os na expectativa de receberam a promessa do Espírito (Lc 24.49-53; At
1.1-26). O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes,
inaugura o avivamento que Jesus havia predito (At 2.1-47). "Marca-se,
assim, o início de uma nova era na história da redenção. Por três anos Jesus
trabalhara na preparação desse dia - o dia em que a Igreja, discipulada por
intermédio de seu exemplo, redimida por seu sangue, garantida por sua ressurreição,
sairia em seu nome a proclamar o Evangelho 'até os confins da terra' (At
1.8)" (14).
O livro de Atos registra a dimensão desse
avivamento. Avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em
Éfeso. E de lá para cá, são muitos os relatos da obra vivificadora do Espírito
Santo na história da igreja, como por exemplo, na Alemanha com a Reforma
Protestante do século XVI, na Inglaterra no século XVIII, entre os negros Zulus
da África do Sul na década de 60 e na Coréia do Sul nestes últimos tempos, dentre
outros.
V - Avivamento, Obra do Senhor.
Habacuque 3:2
Poderíamos ficar abordando o que é um avivamento,
contudo é importante analisar esta atuação de Deus que revivifica o primeiro
amor dos crentes, e desperta não crentes para aceitá-lo como Senhor e Salvador.
O profeta Habacuque verificou isto no seu tempo, seu nome significa o que abraça, ele abraçou o seu tempo para entender a vontade do Senhor para o seu povo. Foi profeta no reinado de Jeoaquim entre os anos de 608-597 A.C. O povo caldeu, vinha conquistando os povos que se encontravam a sua frente, e Israel seria um dos próximos povos a serem conquistados. O profeta, que alguns entendem como sendo um levita, responsável pelo louvor e a adoração do povo de Israel, um músico, alguém que tem a sensibilidade à flor da pele, coloca para Deus:
"Até quando , Senhor , clamarei eu e tu não me escutarás? Gritar-te-ei Violência! E não salvarás?” (Hc. 1:2)
O profeta via o povo babilônico subindo com grande violência, e também dentro do seu povo estava havendo injustiças para com o necessitado, idolatria perante a face do Senhor, a lei que deveria ser o código de norma em sociedade fora colocado de lado, a sociedade estava em total desagregação espiritual.
A sociedade chegou no fundo do poço. Pela ótica humana, só a derrocada era a saída, porém o Senhor não olha como olhamos e no texto lido encontramos a receita para um avivamento.
O profeta Habacuque verificou isto no seu tempo, seu nome significa o que abraça, ele abraçou o seu tempo para entender a vontade do Senhor para o seu povo. Foi profeta no reinado de Jeoaquim entre os anos de 608-597 A.C. O povo caldeu, vinha conquistando os povos que se encontravam a sua frente, e Israel seria um dos próximos povos a serem conquistados. O profeta, que alguns entendem como sendo um levita, responsável pelo louvor e a adoração do povo de Israel, um músico, alguém que tem a sensibilidade à flor da pele, coloca para Deus:
"Até quando , Senhor , clamarei eu e tu não me escutarás? Gritar-te-ei Violência! E não salvarás?” (Hc. 1:2)
O profeta via o povo babilônico subindo com grande violência, e também dentro do seu povo estava havendo injustiças para com o necessitado, idolatria perante a face do Senhor, a lei que deveria ser o código de norma em sociedade fora colocado de lado, a sociedade estava em total desagregação espiritual.
A sociedade chegou no fundo do poço. Pela ótica humana, só a derrocada era a saída, porém o Senhor não olha como olhamos e no texto lido encontramos a receita para um avivamento.
5.1 Deus Mesmo Promove e Divulga o Verdadeiro
Avivamento
Um Avivamento não é resultado de um esforço humano,
no sentido de depender dele. O Avivamento é produzido pelo Senhor da obra.
Quem tem o poder de dar a vida é o Senhor. Avivar significa assoprar as brasas, remover as cinzas e ver surgir o fogo que queima pecados e aquece a alma do crente. É o Senhor com o seu vento que faz as brasas queimarem revivendo a chama do amor e da fé.
Quem tem o poder de dar a vida é o Senhor. Avivar significa assoprar as brasas, remover as cinzas e ver surgir o fogo que queima pecados e aquece a alma do crente. É o Senhor com o seu vento que faz as brasas queimarem revivendo a chama do amor e da fé.
A obra não é nossa , é do Senhor. Somos apenas
trabalhadores, da grande colheita (da grande seara).
Tenhamos sempre esta consciência de que somos servos
e que a obra é do Senhor.
5.2. Quanto Menos se Divulga Mais Aparece
Há um axioma em publicidade que diz: "Quem não
se propaga se esconde". Todavia quando o assunto é Avivamento, ou
Reavivamento é o contrário que acontece. Quem torna conhecido o Avivamento é
Deus. Também não há como escondê-lo.
Nesta época marcada pelo Marketing de Igreja, onde se busca mais a forma que o conteúdo, um avivamento autêntico tem como característica um conteúdo que transforma a forma. Quando acontece um avivamento, não precisa se fazer propaganda, porque quem divulga é o Espírito Santo de Deus.
Nesta época marcada pelo Marketing de Igreja, onde se busca mais a forma que o conteúdo, um avivamento autêntico tem como característica um conteúdo que transforma a forma. Quando acontece um avivamento, não precisa se fazer propaganda, porque quem divulga é o Espírito Santo de Deus.
5.3. Deus Está Irado Contra o Pecado, Mas se Mostra
Misericordioso Para Com o Pecador
O texto de Habacuque nos fala da ação de Deus em
relação ao pecado. Um avivamento autêntico gera um sentimento de santidade para
com Deus de forma muito profunda, gerando no povo de Deus uma grande
necessidade de se buscar arrependimento e santidade de vida.
A relação de Deus para com o pecado é de ira. O Senhor não tolera o pecado, mas ama o pecador. “Na tua ira lembra-te da misericórdia” , ou seja o Senhor quer nos salvar , um avivamento visa antes de tudo que o povo do Senhor proclame, evangelize, viva a palavra do nosso Deus.
A relação de Deus para com o pecado é de ira. O Senhor não tolera o pecado, mas ama o pecador. “Na tua ira lembra-te da misericórdia” , ou seja o Senhor quer nos salvar , um avivamento visa antes de tudo que o povo do Senhor proclame, evangelize, viva a palavra do nosso Deus.
5.4. Aviva o Senhor, a Tua Obra!
Uma Igreja morta espiritualmente é ultraje ao
Evangelho de Cristo, O avivamento é a vida ideal para o povo de Deus. A
necessidade do avivamento sempre se fez sentir na igreja de Cristo quando o
vento do Espírito Santo sopra sobre o povo, Deus revela toda a sua misericórdia
e grandeza, e fica suficientemente demonstrado que o único caminho para os
homens é o filho de Deus o qual vive para todo o sempre.
Avivamento não é movimento de homens, não é inovação, não é barulho, não é construção de templos, não são conjuntos musicais, não é um programa metódico pré-elaborado. Avivamento é a presença do Espírito Santo na Igreja, é o retorno a simplicidade, é o fogo ardendo no altar, é a sarça ardendo no Horebe, é o machado de volta ao cabo, é descer à casa do oleiro, é sentir os lábios queimando como uma brasa viva, é ouvir um som de um vento, é o encher do Espírito!
Avivamento não é movimento de homens, não é inovação, não é barulho, não é construção de templos, não são conjuntos musicais, não é um programa metódico pré-elaborado. Avivamento é a presença do Espírito Santo na Igreja, é o retorno a simplicidade, é o fogo ardendo no altar, é a sarça ardendo no Horebe, é o machado de volta ao cabo, é descer à casa do oleiro, é sentir os lábios queimando como uma brasa viva, é ouvir um som de um vento, é o encher do Espírito!
5.5. Evidências do Avivamento Bíblico
Com Moisés, no monte Horebe, (Ex. 3.1,6); com
Isaías, no templo, (Is. 6.1,8); com Jeremias, na casa do oleiro (Jr. 18); com
Eliseu, no rio Jordão, quando o machado flutuou, (2º. Rs. 6.1,7); na vida de
Josafá, (2º. Cr. 20.14, 28); na vida de Manasses, (2º. Cr. 33.9,20); na vida de
Esdras, (Ed. 9.1,6; 10.1,2).
5.6. Segredos do Verdadeiro Avivamento
1.
Um
avivamento somente pode ser efetuado por Deus, (Hc 3.2). Homens não produzem
avivamentos. Somos agentes, instrumentos, servos e obreiros, mas não produtores
de avivamentos.
2.
É necessário
que toda a comunidade evangélica deseje o avivamento. Cada criatura necessita
sentir esse profundo desejo de pôr sua própria vida em ordem diante de Deus.
3.
Qualquer
verdadeiro avivamento tem como característica o retorno sincero à palavra de
Deus, (Jo. 6.33; At. 4.31; 2º.Rs. 22.8,17). Deus guarda sua Palavra para a
cumprir, (Mt. 24.35).
4.
É impossível
obter um avivamento sem oração. Oração é a respiração da alma (At. 4.31).
Quando oramos, movemos o braço que move o mundo. A vida de oração da Igreja é o
termômetro de sua espiritualidade.
5.
O Verdadeiro
autor do genuíno avivamento é o Espírito Santo.
5.7. Quando Necessitamos de Avivamento
Quando é mais fácil ficar em casa do que ir aos
cultos; quando é mais fácil ler o jornal do que ler a Bíblia; quando é mais
fácil dormir do que ouvir a pregação; quando é mais fácil ficar do lado de fora
do que entrar no templo; quando é mais fácil pecar do que vigiar; quando é mais
fácil desobedecer do que seguir fielmente.
5.8. O Avivamento de Que Precisamos
Porventura "há bálsamo em Gileade"
que possa restaurar a herança do Senhor? (Jr. 8:22). Sim, há!
Precisamos aceitar o avivamento que venha infundir
vida inextinguível em toda a igreja que está ferida e doente.
Precisamos aceitar o avivamento que possa despertar a Igreja a atuar no mundo de acordo com a vocação para a qual Deus a chamou. Ser ela o meio através do qual a graça benfazeja de Deus se revela ao mundo.
Precisamos aceitar o avivamento como forma de despertar nos crentes um renovado interesse por viver as virtudes do Evangelho e de impor sobre seus ombros o dever imperativo de pregar o Evangelho que é "poder de Deus para salvação de todo o que crê" (Rm. 1:16).
Precisamos aceitar o avivamento que possa dar uma nova visão missionária às nossas Igrejas e aos nossos líderes, levando-os a priorizarem a conquista dos povos para Deus.
Precisamos aceitar o avivamento que mate o orgulho clerical de muitos dos nossos ministros que hoje sacrificam os interesses do rebanho do Senhor, fazendo-os de si mesmos pastores cujo deus é a ganância, a avareza, o poder.
Precisamos aceitar o avivamento que possa dar aos salvos o poder e a graça para lutar e vencer a influência do pecado que tão de perto os rodeia.
Precisamos aceitar o avivamento como forma de preparar a Igreja para o maior evento da história que é o arrebatamento dos remidos de Cristo, espalhados por toda a terra.
Precisamos aceitar o avivamento que possa despertar a Igreja a atuar no mundo de acordo com a vocação para a qual Deus a chamou. Ser ela o meio através do qual a graça benfazeja de Deus se revela ao mundo.
Precisamos aceitar o avivamento como forma de despertar nos crentes um renovado interesse por viver as virtudes do Evangelho e de impor sobre seus ombros o dever imperativo de pregar o Evangelho que é "poder de Deus para salvação de todo o que crê" (Rm. 1:16).
Precisamos aceitar o avivamento que possa dar uma nova visão missionária às nossas Igrejas e aos nossos líderes, levando-os a priorizarem a conquista dos povos para Deus.
Precisamos aceitar o avivamento que mate o orgulho clerical de muitos dos nossos ministros que hoje sacrificam os interesses do rebanho do Senhor, fazendo-os de si mesmos pastores cujo deus é a ganância, a avareza, o poder.
Precisamos aceitar o avivamento que possa dar aos salvos o poder e a graça para lutar e vencer a influência do pecado que tão de perto os rodeia.
Precisamos aceitar o avivamento como forma de preparar a Igreja para o maior evento da história que é o arrebatamento dos remidos de Cristo, espalhados por toda a terra.
VI - Grandes Avivamentos
6.1. O Grande Avivamento
Aconteceu nos Estados Unidos. Começou em 1734.
Havia uma consciência da necessidade de alcançar os não crentes e fortalecer os
já convertidos. Jonathan Edwards (1703-1758), com sua simplicidade de vida e
muita oração, exerceu grande impacto sobre as pessoas. George Whitefield
(1714-1770) foi outro grande avivalista desse período. O resultado do trabalho
desses homens foram milhares de conversões e o nascimento de muitas igrejas. Na
Nova Inglaterra (EUA), numa população de 300 mil pessoas, houve entre 30 e 40
mil conversões. Houve fortalecimento moral nos lares, fundação de cursos
teológicos e de obras sociais.
6.2. Avivamento Na Europa.
Iniciou-se após a metade do século XVII.
Em 1670, na Alemanha, o pastor Philip Spener organizou reuniões para estudo bíblico e oração nas casas. Surgiram obras sociais e um novo vigor espiritual veio sobre a igreja luterana. Fundaram-se campos missionários.
O avivamento dos Morávios iniciou-se em 1727. Começaram a buscar ao Senhor em oração e, de repente, houve um derramar do Espírito sobre a igreja. Havia choro sincero, quebrantamento e manifestações até entre crianças. Os morávios iniciaram um ministério de oração contínua que durou mais de 100 anos.
Na Inglaterra, João Wesley foi o instrumento de Deus para mudar a história da igreja. Homem de oração, deu ênfase ao estudo bíblico. Opôs-se ao álcool, à guerra, à escravidão. Houve muitas conversões.
Em 1670, na Alemanha, o pastor Philip Spener organizou reuniões para estudo bíblico e oração nas casas. Surgiram obras sociais e um novo vigor espiritual veio sobre a igreja luterana. Fundaram-se campos missionários.
O avivamento dos Morávios iniciou-se em 1727. Começaram a buscar ao Senhor em oração e, de repente, houve um derramar do Espírito sobre a igreja. Havia choro sincero, quebrantamento e manifestações até entre crianças. Os morávios iniciaram um ministério de oração contínua que durou mais de 100 anos.
Na Inglaterra, João Wesley foi o instrumento de Deus para mudar a história da igreja. Homem de oração, deu ênfase ao estudo bíblico. Opôs-se ao álcool, à guerra, à escravidão. Houve muitas conversões.
6.3. No século XIX alguns homens foram instrumentos
de Deus para liderar grandes avivamentos
Charles G. Finney foi poderoso na Palavra, na
oração e no testemunho. Viveu nos Estados Unidos. Sob a influência de sua
pregação, igrejas foram renovadas, nasceram novas comunidades, pessoas deixaram
vícios, etc.
Charles H. Spurgeon (1834-1892) foi professor de crianças na EBD e viu muitos pais se converterem com o testemunho dos filhos. Spurgeon foi poderoso na pregação. Sinais e prodígios eram comuns em suas reuniões. Esse avivamento iniciou-se na Inglaterra e alcançou outros países.
Dwight L. Moody viveu de 1837 a 1899, nos Estados Unidos da América. Calcula-se que cerca de 500 mil pessoas se entregaram a Cristo por seu intermédio. Dedicou-se a EBD. Começou com 12 crianças e, em poucos anos, esse número chegou a 12 mil.
Charles H. Spurgeon (1834-1892) foi professor de crianças na EBD e viu muitos pais se converterem com o testemunho dos filhos. Spurgeon foi poderoso na pregação. Sinais e prodígios eram comuns em suas reuniões. Esse avivamento iniciou-se na Inglaterra e alcançou outros países.
Dwight L. Moody viveu de 1837 a 1899, nos Estados Unidos da América. Calcula-se que cerca de 500 mil pessoas se entregaram a Cristo por seu intermédio. Dedicou-se a EBD. Começou com 12 crianças e, em poucos anos, esse número chegou a 12 mil.
6.4. Nos Estados Unidos
As primeiras manifestações pentecostais no período
moderno deram-se em 1900, nos Estados Unidos. A rua Azuza, 312, em Los Angeles,
E.U.A., era um dos mais famosos endereços da história pentecostal moderna. Ali
houve grande despertamento espiritual. Surgiram alguns missionários impelidos
pelo despertamento espiritual do começo do século. Entre eles estavam: Daniel
Berg e Gunnar Vingren, fundadores da obra pentecostal no Brasil em 1910, que deu
origem à Assembléia de Deus.
VII - Jonathan Edwards e o Avivamento
Jonathan Edwards, um pastor congregacional que viveu no século XVIII, é hoje considerado pelos historiadores um dos maiores teólogos e pensadores da história dos Estados Unidos, motivo pelo qual abro este pequeno parêntese, para falar sobre a sua visão sobre o avivamento. Ele foi não somente um dos instrumentos do primeiro grande reavivamento ocorrido naquele país, mas o maior estudioso e intérprete desse fenômeno.
Através de vários livros que escreveu, ele analisou os eventos cuidadosamente, em seus diferentes aspectos. Em essência, Edwards apoiou alegremente o reavivamento, vendo nele a manifestação genuína do Espírito de Deus, mas também foi um crítico severo dos desvios, exageros e impropriedades que por vezes ocorreram. Uma de suas principais preocupações foi mostrar em seus escritos quais os critérios pelos quais se pode reconhecer a autenticidade de uma experiência religiosa dessa natureza.
A maior contribuição de Jonathan Edwards para a igreja evangélica está nos importantes livros que escreveu como teólogo e intérprete do avivamento. Curiosamente, sua obra mais conhecida é pouco representativa do seu pensamento como um todo. Trata-se do célebre sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado," que ele pregou na cidade de Enfield em 1741. A ênfase maior dos seus escritos e sermões não está na ira de Deus, e sim na sua majestade, glória e graça.
Além de muitas conversões e santificação de vidas, o Grande Despertamento também aprofundou uma divisão entre os líderes que eram favoráveis ao avivamento e aqueles que não eram. O problema ficou mais sério quando, após a obra de pregadores sérios e equilibrados como Edwards e Whitefield, surgiram imitadores sensacionalistas que manipulavam emocionalmente as pessoas. O Dr. Lloyd-Jones diz que Edwards lutou em duas frentes: contra os adversários do avivamento e contra os extremistas; contra o perigo de extinguir o Espírito e contra o perigo de deixar-se levar pela carne e ser iludido por Satanás.
Nesse contexto, Edwards propôs-se a defender o avivamento como obra do Espírito de Deus, ao mesmo tempo em que combateu os excessos e desvios que muitas vezes ocorriam. Foi nesse sentido que ele escreveu vários livros de grande valor, o primeiro deles sendo a Narrativa Fiel da Surpreendente Obra de Deus (1736-37), em que descreveu o recente despertamento em sua cidade e regiões vizinhas. Alguns anos depois, ele escreveu Alguns Pensamentos sobre o Atual Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra (1742), analisando o movimento mais amplo. Esta obra baseia-se parcialmente em algumas profundas experiências espirituais da sua esposa Sarah.
Em 1746, Edwards publicou a sua obra mais amadurecida sobre o assunto, o seu Tratado sobre as Afeições Religiosas (resultou de uma série de sermões sobre 1ª. Pe. 1:8), no qual argumentou que o cristianismo verdadeiro não se evidencia pela quantidade ou intensidade das emoções religiosas, mas por um coração transformado que ama a Deus e busca o seu prazer. Ele faz uma análise rigorosa das diferenças entre a religiosidade carnal, que produz muita comoção, e a verdadeira espiritualidade, que toca o coração com a visão da excelência de Deus e o liberta do egocentrismo.
Jonathan Edwards, um pastor congregacional que viveu no século XVIII, é hoje considerado pelos historiadores um dos maiores teólogos e pensadores da história dos Estados Unidos, motivo pelo qual abro este pequeno parêntese, para falar sobre a sua visão sobre o avivamento. Ele foi não somente um dos instrumentos do primeiro grande reavivamento ocorrido naquele país, mas o maior estudioso e intérprete desse fenômeno.
Através de vários livros que escreveu, ele analisou os eventos cuidadosamente, em seus diferentes aspectos. Em essência, Edwards apoiou alegremente o reavivamento, vendo nele a manifestação genuína do Espírito de Deus, mas também foi um crítico severo dos desvios, exageros e impropriedades que por vezes ocorreram. Uma de suas principais preocupações foi mostrar em seus escritos quais os critérios pelos quais se pode reconhecer a autenticidade de uma experiência religiosa dessa natureza.
A maior contribuição de Jonathan Edwards para a igreja evangélica está nos importantes livros que escreveu como teólogo e intérprete do avivamento. Curiosamente, sua obra mais conhecida é pouco representativa do seu pensamento como um todo. Trata-se do célebre sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado," que ele pregou na cidade de Enfield em 1741. A ênfase maior dos seus escritos e sermões não está na ira de Deus, e sim na sua majestade, glória e graça.
Além de muitas conversões e santificação de vidas, o Grande Despertamento também aprofundou uma divisão entre os líderes que eram favoráveis ao avivamento e aqueles que não eram. O problema ficou mais sério quando, após a obra de pregadores sérios e equilibrados como Edwards e Whitefield, surgiram imitadores sensacionalistas que manipulavam emocionalmente as pessoas. O Dr. Lloyd-Jones diz que Edwards lutou em duas frentes: contra os adversários do avivamento e contra os extremistas; contra o perigo de extinguir o Espírito e contra o perigo de deixar-se levar pela carne e ser iludido por Satanás.
Nesse contexto, Edwards propôs-se a defender o avivamento como obra do Espírito de Deus, ao mesmo tempo em que combateu os excessos e desvios que muitas vezes ocorriam. Foi nesse sentido que ele escreveu vários livros de grande valor, o primeiro deles sendo a Narrativa Fiel da Surpreendente Obra de Deus (1736-37), em que descreveu o recente despertamento em sua cidade e regiões vizinhas. Alguns anos depois, ele escreveu Alguns Pensamentos sobre o Atual Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra (1742), analisando o movimento mais amplo. Esta obra baseia-se parcialmente em algumas profundas experiências espirituais da sua esposa Sarah.
Em 1746, Edwards publicou a sua obra mais amadurecida sobre o assunto, o seu Tratado sobre as Afeições Religiosas (resultou de uma série de sermões sobre 1ª. Pe. 1:8), no qual argumentou que o cristianismo verdadeiro não se evidencia pela quantidade ou intensidade das emoções religiosas, mas por um coração transformado que ama a Deus e busca o seu prazer. Ele faz uma análise rigorosa das diferenças entre a religiosidade carnal, que produz muita comoção, e a verdadeira espiritualidade, que toca o coração com a visão da excelência de Deus e o liberta do egocentrismo.
7.1. A Genuína Experiência Religiosa
Nos seus escritos, Jonathan Edwards avaliou a
experiência religiosa à luz das Escrituras e das suas convicções reformadas. O
ponto de partida da sua pregação e da sua teologia foi o Deus soberano, em sua
majestade, graça e glória. Esse Deus criou o universo e o ser humano para
manifestar a sua grandeza e o seu amor. A majestade e a graça de Deus também se
revelam de modo supremo no envio de Cristo para redimir os pecadores.
Nenhum avivamento ou experiência religiosa é genuína se não realçar esse Deus sublime em sua soberania, graça e amor. O critério principal é este: se quem está no centro das atenções é Deus ou o ser humano. Para que Deus esteja no centro é necessário, em primeiro lugar, que haja nos corações um profundo senso de incapacidade, de dependência de Deus, e de convicção da nossa pecaminosidade. Além disso, é preciso que haja a consciência de que toda genuína experiência religiosa é fruto da atuação do Espírito de Deus, que transforma e santifica os pecadores, capacitando-os a amar e honrar a Deus em suas vidas.
Portanto, todas as teorias de salvação que dão ênfase às obras humanas ou à capacidade humana só desmerecem a grandeza do amor de Deus revelado a nós em Cristo Jesus e tornado real em nossos corações somente pela iluminação do Espírito Santo.
Edwards crê na necessidade de transformação do ser humano. A moralidade externa não é suficiente, daí a importância da conversão. Por outro lado, para aqueles que já são crentes, uma fé simplesmente racional ou intelectual não basta. É preciso que a pessoa se aproxime de Deus não só com o entendimento, mas com os sentimentos. Cabeça e coração (luz e calor) devem funcionar juntos na vida conduzida pelo Espírito.
Em todas as suas obras Edwards insistiu na importância dos afetos profundos na vida espiritual. Por "afetos" ou "afeições" ele se referia às disposições do coração que nos inclinam para certas coisas e nos afastam de outras. Todas as nossas ações derivam dos nossos desejos: ou nos comprazemos no Deus vivo e buscamos servi-lo e honrá-lo, ou somos cativos de desejos voltados para alvos menores.
Edwards advertiu contra dois grandes erros no avivamento. Primeiro, o mero emocionalismo: os avivalistas podem simplesmente excitar as emoções das pessoas e produzir falsas conversões. Emoções intensas não são uma evidência clara acerca de uma experiência religiosa. No seu grande tratado sobre as Afeições Religiosas, Edwards delineou cuidadosamente testes bíblicos quanto a uma experiência religiosa genuína; eles incluíam uma ênfase na obra graciosa de Deus, doutrinas consistentes com a revelação bíblica, e uma vida marcada pelos frutos do Espírito.
O segundo erro é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Ele, algo muito comum hoje com toda a celebração do eu, as experiências pessoais, os testemunhos autocongratulatórios. Edwards insistiu em que a essência da verdadeira espiritualidade é ser dominado pela visão da beleza de Deus, ser atraído para a glória das suas perfeições, sentir o seu amor irresistível.
Portanto, na verdadeira experiência cristã, o conhecimento de Deus é algo sensível, experimental. A verdadeira experiência cristã consiste não somente em conhecer e afirmar doutrinas cristãs verdadeiras, por importantes que sejam, mas é um conhecimento afetivo, ou a consciência das verdades que a doutrina descreve. Difere do conhecimento especulativo, assim como o sabor do mel difere do mero entendimento de que o mel é doce. O cristão, diz Edwards, "não apenas crê racionalmente que Deus é glorioso, mas tem em seu coração o senso da majestade de Deus."
Se nossos corações são transformados pelo amor de Deus, assim devem ser transformadas as nossas ações. Se somos mudados ao contemplarmos a beleza do amor de Deus, então amaremos de maneira especial todo ato de virtude que reflete o caráter amoroso de Deus.
Jonathan Edwards acreditava na importância e necessidade do avivamento. Ele viu o Grande Despertamento como uma obra do Espírito de Deus, revitalizando e capacitando a igreja para a sua missão no mundo. Ao mesmo tempo, ele estava consciente de desvios, excessos e até mesmo atuações satânicas que produziam excentricidades, descontrole emocional, ostentação e escândalos.
Porém, ele entendia que tais problemas não invalidavam os aspectos positivos do avivamento e, mais ainda, que alguns dos "fenômenos" ou "manifestações," ainda que inusitados, eram admissíveis diante das experiências profundas da graça de Deus que muitas pessoas estavam tendo, inclusive a sua esposa. Tais coisas, em si mesmas, nada provavam.
Os critérios que realmente indicavam se as conversões e o despertamento eram genuínos ou não eram os frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação suprema com a glória de Deus, apego profundo às Escrituras, mudanças no comportamento ético, relacionamentos pessoais transformados e influência transformadora na comunidade.
Só esse tipo de avivamento será uma bênção para as nossas vidas, nossas igrejas e nosso país.
Nenhum avivamento ou experiência religiosa é genuína se não realçar esse Deus sublime em sua soberania, graça e amor. O critério principal é este: se quem está no centro das atenções é Deus ou o ser humano. Para que Deus esteja no centro é necessário, em primeiro lugar, que haja nos corações um profundo senso de incapacidade, de dependência de Deus, e de convicção da nossa pecaminosidade. Além disso, é preciso que haja a consciência de que toda genuína experiência religiosa é fruto da atuação do Espírito de Deus, que transforma e santifica os pecadores, capacitando-os a amar e honrar a Deus em suas vidas.
Portanto, todas as teorias de salvação que dão ênfase às obras humanas ou à capacidade humana só desmerecem a grandeza do amor de Deus revelado a nós em Cristo Jesus e tornado real em nossos corações somente pela iluminação do Espírito Santo.
Edwards crê na necessidade de transformação do ser humano. A moralidade externa não é suficiente, daí a importância da conversão. Por outro lado, para aqueles que já são crentes, uma fé simplesmente racional ou intelectual não basta. É preciso que a pessoa se aproxime de Deus não só com o entendimento, mas com os sentimentos. Cabeça e coração (luz e calor) devem funcionar juntos na vida conduzida pelo Espírito.
Em todas as suas obras Edwards insistiu na importância dos afetos profundos na vida espiritual. Por "afetos" ou "afeições" ele se referia às disposições do coração que nos inclinam para certas coisas e nos afastam de outras. Todas as nossas ações derivam dos nossos desejos: ou nos comprazemos no Deus vivo e buscamos servi-lo e honrá-lo, ou somos cativos de desejos voltados para alvos menores.
Edwards advertiu contra dois grandes erros no avivamento. Primeiro, o mero emocionalismo: os avivalistas podem simplesmente excitar as emoções das pessoas e produzir falsas conversões. Emoções intensas não são uma evidência clara acerca de uma experiência religiosa. No seu grande tratado sobre as Afeições Religiosas, Edwards delineou cuidadosamente testes bíblicos quanto a uma experiência religiosa genuína; eles incluíam uma ênfase na obra graciosa de Deus, doutrinas consistentes com a revelação bíblica, e uma vida marcada pelos frutos do Espírito.
O segundo erro é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Ele, algo muito comum hoje com toda a celebração do eu, as experiências pessoais, os testemunhos autocongratulatórios. Edwards insistiu em que a essência da verdadeira espiritualidade é ser dominado pela visão da beleza de Deus, ser atraído para a glória das suas perfeições, sentir o seu amor irresistível.
Portanto, na verdadeira experiência cristã, o conhecimento de Deus é algo sensível, experimental. A verdadeira experiência cristã consiste não somente em conhecer e afirmar doutrinas cristãs verdadeiras, por importantes que sejam, mas é um conhecimento afetivo, ou a consciência das verdades que a doutrina descreve. Difere do conhecimento especulativo, assim como o sabor do mel difere do mero entendimento de que o mel é doce. O cristão, diz Edwards, "não apenas crê racionalmente que Deus é glorioso, mas tem em seu coração o senso da majestade de Deus."
Se nossos corações são transformados pelo amor de Deus, assim devem ser transformadas as nossas ações. Se somos mudados ao contemplarmos a beleza do amor de Deus, então amaremos de maneira especial todo ato de virtude que reflete o caráter amoroso de Deus.
Jonathan Edwards acreditava na importância e necessidade do avivamento. Ele viu o Grande Despertamento como uma obra do Espírito de Deus, revitalizando e capacitando a igreja para a sua missão no mundo. Ao mesmo tempo, ele estava consciente de desvios, excessos e até mesmo atuações satânicas que produziam excentricidades, descontrole emocional, ostentação e escândalos.
Porém, ele entendia que tais problemas não invalidavam os aspectos positivos do avivamento e, mais ainda, que alguns dos "fenômenos" ou "manifestações," ainda que inusitados, eram admissíveis diante das experiências profundas da graça de Deus que muitas pessoas estavam tendo, inclusive a sua esposa. Tais coisas, em si mesmas, nada provavam.
Os critérios que realmente indicavam se as conversões e o despertamento eram genuínos ou não eram os frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação suprema com a glória de Deus, apego profundo às Escrituras, mudanças no comportamento ético, relacionamentos pessoais transformados e influência transformadora na comunidade.
Só esse tipo de avivamento será uma bênção para as nossas vidas, nossas igrejas e nosso país.
VIII - Marcas do Verdadeiro Avivamento
8.1. Perseverança na Palavra
Todo avivamento autêntico está centrado em Cristo e em sua Palavra. O surgimento de doutrinas antibíblicas é um sinal de que não há pureza no movimento.
Todo avivamento autêntico está centrado em Cristo e em sua Palavra. O surgimento de doutrinas antibíblicas é um sinal de que não há pureza no movimento.
8.2. Perseverança na comunhão
Uma igreja avivada pelo Espírito do Senhor vive
como um corpo bem ajustado, 1ª. Co. 12:12. O Espírito gera unidade, Jo. 17: 21.
As discórdias e facções são obras da carne, Gl. 5: 19-21.
8.3. Perseverança na oração
Sem oração não há avivamento. É a comunhão com Deus
que desencadeia todo o processo de renovação espiritual.
8.4. Dedicação a missões
Não existe avivamento autêntico se a igreja não
está fazendo missões. De acordo com Atos 1:8, o poder do Espírito habilita o
crente para pregar o evangelho, para ser testemunha.
8.5. A ação social
É interessante observar que todos os avivamentos
trouxeram consigo a ação social. Fundação de orfanatos, preocupação com idosos,
com os marginalizados. Isso é bíblico. At. 9: 36.
Que Deus derrame do seu Espírito sobre nós para que
possamos, como igreja e povo brasileiros, experimentar mais uma vez daquele
"fogo abrasador" que nos purifica e nos santifica para uma vida
cristã de obediência à sua Palavra.
NOTAS:
(1) Cf. D. M. Lloyd-Jones, DO TEMOR À FÉ (2ª ed. São Paulo: Editora Vida, 1987), pp. 73,4. Veja também, de Gerard Van Groningen, AVIVAMENTO SOB UM PRISMA VÉTERO-TESTAMENTÁRIO no site www.ipcb.org.br.
(2) Os termos "avivamento", "reavivamento", "renovação", "despertamento", "vivificação", "reviver" e "tornar a viver" são usados no mesmo sentido.
(3) O significado literal da expressão hebraica "vivificar-nos", do Salmo 85.6, é "causa-nos viver", onde se reconhece que a vitalidade espiritual depende inteiramente de Deus.
(4) O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova, dá a este Salmo o sugestivo título: UMA ORAÇÃO PEDINDO REAVIVAMENTO.
(5) Para um ponto de vista diferente, veja a obra do Dr. Paul E. Pierson, A HISTÓRIA DOS AVIVAMENTOS, material apostilado pela Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina - PR.
(6) Uma posição semelhante foi apresentada pelo Rev. Edijéce Martins Ferreira, em entrevista ao Jornal Brasil Presbiteriano (Abril/94, p. 12): "Confunde-se avivamento com atitude pessoal e inclusive corporal (física), com expressão emocional, levantar de mãos, etc. Essas atitudes em si não são propriamente prejudiciais. Todavia, pela confusão que se faz a doutrina sai perdendo. Há uma superficialidade doutrinária muito grande, porque se dá ênfase excessiva ao louvor, a sermões eletrizantes, a práticas pentecostais, quando avivamento é tão somente uma consciência clara e profunda da vontade de Deus (que é doutrinária) e uma disposição plena de obediência (que é prática)".
(7) R. Coleman, A CHEGADA DO AVIVAMENTO MUNDIAL (São Paulo: CPAD, 1996), p. 18.
(8) D. M. Lloyd-Jones, OS PURITANOS: SUAS ORIGENS E SEUS SUCESSORES (São Paulo: PES, 1993), pp. 15,6. Veja também, do mesmo autor, o excelente livro AVIVAMENTO (São Paulo: PES, 1992) 320 pp.
(9) Héber C. Campos, CRESCIMENTO DA IGREJA: COM REFORMA OU COM REAVIVAMENTO? In Fides Reformata, Vol I, Nº 1 (São Paulo: 1996), pp. 44,5.
(10) Citado por Brian H. Edwards em REVIVAL! A PEOPLE SATURED WITH GOD (England: Evangelical Press, 1994), p. 25.
(11) H. C. Campos, op. cit., p. 45.
(12) R. Coleman, op. cit., p. 53.
(13) Idem.
(14) Idem, p. 61.
(1) Cf. D. M. Lloyd-Jones, DO TEMOR À FÉ (2ª ed. São Paulo: Editora Vida, 1987), pp. 73,4. Veja também, de Gerard Van Groningen, AVIVAMENTO SOB UM PRISMA VÉTERO-TESTAMENTÁRIO no site www.ipcb.org.br.
(2) Os termos "avivamento", "reavivamento", "renovação", "despertamento", "vivificação", "reviver" e "tornar a viver" são usados no mesmo sentido.
(3) O significado literal da expressão hebraica "vivificar-nos", do Salmo 85.6, é "causa-nos viver", onde se reconhece que a vitalidade espiritual depende inteiramente de Deus.
(4) O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova, dá a este Salmo o sugestivo título: UMA ORAÇÃO PEDINDO REAVIVAMENTO.
(5) Para um ponto de vista diferente, veja a obra do Dr. Paul E. Pierson, A HISTÓRIA DOS AVIVAMENTOS, material apostilado pela Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina - PR.
(6) Uma posição semelhante foi apresentada pelo Rev. Edijéce Martins Ferreira, em entrevista ao Jornal Brasil Presbiteriano (Abril/94, p. 12): "Confunde-se avivamento com atitude pessoal e inclusive corporal (física), com expressão emocional, levantar de mãos, etc. Essas atitudes em si não são propriamente prejudiciais. Todavia, pela confusão que se faz a doutrina sai perdendo. Há uma superficialidade doutrinária muito grande, porque se dá ênfase excessiva ao louvor, a sermões eletrizantes, a práticas pentecostais, quando avivamento é tão somente uma consciência clara e profunda da vontade de Deus (que é doutrinária) e uma disposição plena de obediência (que é prática)".
(7) R. Coleman, A CHEGADA DO AVIVAMENTO MUNDIAL (São Paulo: CPAD, 1996), p. 18.
(8) D. M. Lloyd-Jones, OS PURITANOS: SUAS ORIGENS E SEUS SUCESSORES (São Paulo: PES, 1993), pp. 15,6. Veja também, do mesmo autor, o excelente livro AVIVAMENTO (São Paulo: PES, 1992) 320 pp.
(9) Héber C. Campos, CRESCIMENTO DA IGREJA: COM REFORMA OU COM REAVIVAMENTO? In Fides Reformata, Vol I, Nº 1 (São Paulo: 1996), pp. 44,5.
(10) Citado por Brian H. Edwards em REVIVAL! A PEOPLE SATURED WITH GOD (England: Evangelical Press, 1994), p. 25.
(11) H. C. Campos, op. cit., p. 45.
(12) R. Coleman, op. cit., p. 53.
(13) Idem.
(14) Idem, p. 61.
Rev. Josivaldo de França Pereira - Pastor da Igreja
Presbiteriana do Brasil (I.P.B.) em Santo André - SP. Pastor e Professor.
Mestre em Teologia e Licenciado em Filosofia Plena. | Alderi Souza de
Matos - doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador
oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Livro: D.M. Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a Crucial Importância de Avivamento (São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas)
Fonte: monergismo.com | doutorteologia.blogspot.com
Livro: D.M. Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a Crucial Importância de Avivamento (São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas)
Fonte: monergismo.com | doutorteologia.blogspot.com